domingo, 9 de janeiro de 2022

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Bebe de mim


 Bebe de mim como se fonte fosse
e escuta interiormente
um som diferente

- rebeldia nesse canto

O tempo veste de nobres causas, 
Eras ensanguentadas
e a loucura...
das horas
dormitório vazio dos novos tempos
inspirando rochosos pensamentos
nos prantos fechados

A um canto, cárcere ocasional
das vestes de Domingo

- as imagens desmemorizadas

A um canto, trajando homilias
de outros Eventos

- o Canto Primeiro
outrora Nascente...Poente

A um canto...o Poema

Dakini pseudónimo (dm)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Armadilham-se os sentimentos

 Coração da Terra - Armadilham-se os Sentimentos



Talvez o novo movimento do tempo não nos seja favorável, por quanto a espera que começa a ser imperiosa por dias melhores para todos nós. A indiferença com que nos olhamos, quando nos tocamos e depois nos sentimos, é cada vez mais, um fundo a gozar de plena euforia por tudo o que ali afundamos, quando com olhos tortos, nos abafamos todos naquele espaço denominado de: fundo alegórico e hostil.


O novo estado de coisas, pelas quais os governos dos países se regem, são em demasia para se saber qual delas é a verdade ou a inverdade que colocam no prato da balança. Esta simbologia presente em todos os nossos gestos, por ser a justa medida de todos os valores possíveis na humanidade, é o nosso garante para a unificação dos povos. Porém, nunca foi tão permissiva a força do mal, como agora, a pesar mais num dos pratos da balança, que nem mesmo a criação de novos movimentos, faz com que a diferença se assemelhe por fim, a um sinal verdadeiro de diferenciação.


De tal forma se armadilham os sentimentos, que chega a ser assustador todo este envolvimento catalisador a cair em desordens transcendentes. Todos colocamos uma bomba armadilhada junto ao peito. O lugar onde se querem as forças todas, juntas para a unificação do Ser. Não são, os que, carregando no botão, explodindo-se em fragmentos ensanguentados, fazem a guerra. Somos todos a própria guerra, quando por força do medo da morte nos vamos golpeando a cada dia que passa. Agora já não são as costas o seu peso morto, mas os olhos. Os olhos que lançam constelações desorientadas por sobre os nossos corpos, que os faz arrastarem-se cabisbaixos.


Irremediavelmente descoroçoados pela miséria que assola em cada esquina, vão-se desintegrando e sujeitando ao agrupamento intencional que faz frente a todos. São aqueles, que por sua livre e espontânea vontade, deixam de ser naturais na sua genuinidade, para se julgarem uma espécie de divindade a querer furar o céu antes do tempo.

A existência onde tudo tem lugar, passa a ser um atrofiamento das ideias, onde não se sabe o que mais dói: se o ser-se em verdade, se o não se Ser, quando por via do medo, se movimentam os olhos em busca de outras verdades, que já começam a fazer fila na feira das vaidades, onde o preço é cada vez mais alto.


Agora já não há lugares, já não há poder, já não há ordem e nem desordem, já não há exércitos, tão pouco fronteiras do silêncio. Agora tudo são gritos de revolta. Até os gritos silenciados por uma blasfémia que desce dos olhos dos imaculados, diferentes, endeusados, se humedecem sem lágrimas poentes.


Agora é o tempo dos tempos mortos, para os que sabem desse peso em cima dos ombros. Felizes dos que o sabem, porque os outros ainda andam com o peso das armadilhas bem junto ao ponto onde tudo se inicia. O lugar onde em tempos lhes nasceu um sentimento.


Dolores Marques(ÔNIX)

30/11/2015

sábado, 1 de janeiro de 2022

Luz para 2022

 E nesta família, alguns passaram ao lado de uma carreira artística.😁😁😘 Depois, os brinquedos das crianças são mais utilizados pelos adultos, por  isso, a actuação da Filipa num mini concerto de fim de ano.


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

O frio de Dezembro

 

O frio de Dezembro chega sempre sem eu dar conta. 

Começo por contar os dias até ao aparecimento da doce melodia nascida no canto das aves. Arrumo por ali o olhar. 

Prefiro-o atento ao novo tempo da folhagem verde. Será ali, a nova morada, a aquecer o frio de Dezembro.


Darei conta, nesse tempo, de que existo ainda, para meu contentamento.

O céu continua vistoso num azul visto daqui debaixo.

As folhas mortas das árvores já se deram conta do fim da sua última viagem.

Mas como contar os dias até ao último dia de uma viagem incompleta?

Nada me daria mais cuidado, do que ter em mente uma data, sendo ela próxima ou longe da minha última viagem. 

Confundem-me os vários sentidos desta travessia.

O céu nem sempre é o céu. 

Tem momentos de revolta contra uma multidão, e, por isso, sofre.

Depois, o olhar nem sempre é cheio com prantos do céu.

O branco dos olhos é muitas vezes um céu sem lágrimas.

Lembro-me da última vez que chorei. Não sabia porque razão, 

não eram as lágrimas, correntes fora ou dentro do céu.

A resposta chegava através de um eco rude. 

Que poço fundo as terá recebido. Gostava de voltar a sentir o peso desse mortífero céu de água, por dentro dos olhos.

O céu continua vistoso, visto daqui debaixo.

Aqui em baixo, os rios, também nem sempre são cheios de céus de água.

Vagueio por entre os sons emitidos pelo arrastar da multidão. 

Prefiro os ajuntamentos aos ruídos do silêncio debaixo dos meus pés.

Ouço os sussurros de quem comenta com a voz corrompida, sobre a razão do meu sonambulismo. 

Inquieta, mas consciente, sopro de vez em quando, lufadas de ar quente para aquecer o rosto.

Dolores Marques natural de Moção

Os caminhos abrem-se, mas, apesar disso, a multidão continua a sustentar-se, unida, pelo sim ou pelo não, presa ao mesmo chão.


O frio de Dezembro chega sempre sem eu dar conta.


Onix, Dolores Marques

domingo, 26 de dezembro de 2021

Tudo é

 Tudo é muito vago e distante, 

tudo é frio, 

tudo é não, 

mas tudo é tão real, até na hora do adeus,  sem Deus por perto, para nos levar ao ponto mais alto da noite, onde tudo começa por ser uma verdade, com o sonho no comando....

Ónix.dm


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Esqueceu-se Auschwitz?

 Esqueceu-se Auschwitz?


Esquece-se, enquanto houver seguidores deste passado, aliado a uma nova linguagem, supostamente mais humanista, porém, mascarada com uma luz reflectora, limitando a autenticidade de uma visão limpa.



Auschwitz está cada vez mais próximo, principalmente porque existem outros meios mais de acordo com esta presença desumana, que se movimenta nas sombras de um submundo, onde todos somos presença, avolumando esta performance, dando voz à linguagem muito própria dos ditadores. Nós somos eles, os líderes, somente nos isentamos do pódio onde se deitam por terra os ruídos de fundo da culpa.

 A culpa, a culpa, a culpa é só ridícula, se nos isentamos desta natureza morta, mesmo antes de tombarem os corpos.


Pior, é este tipo de cegueira que esconde por detrás dos olhos, maleitas que danificam a audição,  e a projeção da voz,  dando ênfase ao engodo que lhes tenta manipular também a alma. Mas, a alma é o elemento preponderante do ser humano, ainda que se tenha esquecido dela em algum lugar do submundo onde se vive.

Temos, portanto, a manipulação ordenada e com adeptos, nunca antes vista.

Este é o lugar mais fantástico, para a abordagem mais catastrófica do ser humano.

DM