Sinto-te
"Deus não é um conceito muito filosófico, é este mundo visto através dos olhos de uma criança" (OSHO)
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Essências
Sinto-te
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Abismo de Certezas
que se expandem
Nos gestos enigmáticos
Do meu Ser...
Rumos indefinidos
na inconsequência
Dos actos
Mergulho num abismo de certezas
Acrobáticas…
Envolventes…
Transcendentes...
Sol que me enlaça no fim de tudo
Esperança de um aconchego
Na entrega
Dor no amor
Medo nos caminhos
Da incerteza
Em vidas paralelas
Dispo-me de ausências
Do meu querer
E quero...
Na tua alma me estender
Escrever Para Ti
Escrevemo-nos assim…com a leveza da alma
Registamos o que já foi dito
Somos tudo o que não foi escrito
Mas escrever para ti é ter tudo o que falta
satisfazer carências,
nutrir-me das palavras soltas
que me emprestas em noites como esta...
Uma brisa suave com o bater da chuva na janela.
Sabes que depois de te ler,
o sono vem suave como um beijo teu ?
Quem somos nós?
Eu estou aqui e tu estás aí
Somos personagens inventadas por nós próprios
Concordamos e assim ficamos...
Lemo-nos e saboreamo-nos com as nossas palavras
domingo, 21 de dezembro de 2008
Sopro Largo
Refiz a íngreme calçada. Incauta, por passagens secretas, abrilhantei-me nos espaços que sombreiam colinas empedernidasUm sol espavorido, foge da dor que enfeita os mais altos cumes disfarçados.Morros frios estendem-se sobre uns prados secos, e aves soltas esgueiram-se sobre as nuvens a descoberto.
Fixei-me num sonho calmo com um travo amargo. Um vento afaga o meu manto breve, saboreio o ar que me sabe a mel que desliza do cimo do monte em sopro largo
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Sonhos de Inverno e os Rios da Alma
Engoliu-me o vazio e a alma partiu em busca de outros sóis
No invisível, mostro-me ao que está ao alcance de uma mão
Um sonho parado no meio do Inverno
O frio congela-me os pensamentos livres
Ouvem-se serenatas roucas do fundo do mar
Afundaram-se os sonhos
Jazem junto às marés que se entregaram de mãos vazias
Um novo horizonte, uma gota no meio do oceano
Afoga-se na corrente morna dos rios que correm
Uma prece num sorriso a boiar
Um palco distante onde me arrasto para aprender a dançar
Descubro-me nos caminhos alagados
Nos remoinhos que afundam os rios do mundo
E solto-me na aridez de um sonho solto
Que se encosta ás margens de encontros casuais
E a alma...fonte inatingível
Jorra lágrimas correntes na linhagem habitual
Sabores conjugados, sentires afogados
Encantos e desencantos, sonhos fechados
O sol chora, acorda os picos entrelaçados
E os corpos desfilam na subtil indiferença dos mundos
Os mares extinguem-se nos oceanos de uma lágrima
Que se recolhe até à chegada das novas eras….
Cânticos Singulares
Lanço-te um desafio
Consolidarmo-nos em novos ideais
Porque esperas se sou a tua busca interminável?
O que sentes neste círculo de meias verdades
Esta cúpula, totalidade de não eus
É onde me sento agora e mato esta sede de ti
Quero o derradeiro encontro...salto do imaginário
Sentir-te em linguagens similares
Encosto-me a ti e não existe um ponto comum
A uniformidade das leis que arrastas
Nas encostas articuladas com pinturas ancestrais
Ler-te nas entrelinhas do teu pensar
Iniciar um canto sentindo-te...em músicas singulares
Um canto cheio mas singelo
Na extremidade de uma longa estrada
Dita-me a alma, pinta-a de sentimentos
Dá-me o autêntico colorido, verdades inteiras e afins
Arranca-me deste alheamento confinado
Não te entendo nos teus sinais!
Escrevo versos que vestem os poros humedecidos da minha pele
Imprimo o exacto momento das palavras
Que me trazem gélidas paisagens
Artifícios de mil sóis...
Alagam o fundo dos mares
Dançam a música dos temporais
Ávidas como os ventos que se deitam nas marés do deserto
Distanciam-nos de nós...Onde estamos, Tu e Eu?
sábado, 13 de dezembro de 2008
Sons...
Estas tempestades que deixam um rasto lamacento
Nos telhados desprovidos
Rompem pela minha morada e entre a inspiração e a expiração
Preciso reaprender a respirar e limpar a poeira acumulada
É urgente que as correntes galguem estas muralhas mutiladas
E a maré cheia que me invade a alma se extinga no meu corpo
E faça surgir na arvorada uma réstia de luz
Um olhar flamejante que se alonga na flacidez do luar
Ou na excentricidade dos gestos acabados de chegar
Fico só neste barco que se afunda no rebuliço das marés
Declino a minha voz que se extingue sitiada neste mar
E absorvo estes sons que caíram no meu sono rarefeito
Resvalam no meu corpo que definha num suspiro
Respiro…nesta onda que granjeou a força e se afoitou no ar
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
E o Céu Ali Tão Perto
E as nuvens ali tão perto...
Escondo-me nas camadas mais densas onde habito
Falta-me a liberdade de pensamento
E esta escuridão é um monte que se perde no longínquo
Prendo-me na calmaria das cores que se esbatem
Numa planície sem limites
Não as consigo alcançar nem com o olhar
Densidade de um momento
E o céu ali tão perto...
E aqui neste chão, germinação a que pertenço
Semeio a loucura e esqueço
Não me vejo e em ti aconteço
Sou na luz que aflora nos campos verdejantes
Sou nas intempéries que transbordam o sentimento
Marés que irrompem madrugadas alucinadas
Circunstância viva, um só pensamento
E a liberdade ali tão perto...
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Metamorfose
Encosta-se ao silêncio de corpos casuais
Demanda de orlas brancas regem-se pelo instante
Que domina a força do sentir
Atenta na emoção que ladeia a roda do seu pensar
Gira em torno das esferas transparentes
Em devaneios e encontros carnais
E a força profana medeia o fantástico
O ilusório é sementeira neste chão escarpado pelos temporais
E aguarda pela colheita do fim do verão
Ideias e pensamentos florescem nos doces madrigais
Recolhem-se em abóbadas celestiais
Ânsia da derradeira transmutação
Ceifam as hastes que glorificam o pensamento
Rumo a novos caminhos
Na doce contemplação do mundo
Um Novo Canto
É acolhida no absurdo das palavras
Um acto de demência
Esta miséria de afectos
Que se perdem nos contornos da história
Cenários gastos, contraditórios
Que se abrigam à luz do tempo
Escolhas fáceis
Determinantes de um desejo contido
Blasfémias, ironias do destino
Encaixo-me nesta imundice terrena
E não vejo uma saída
Quero novamente o desejo de te ter
De sorrir para ti...
E os meus olhos embelezaram a cor dos dias
As noites ficaram perdidas
Só com o calor dos corpos
Despem-se nas frias madrugadas
E eu por aqui, sonhando amar-te
Cantar-te em novos poemas
Suavizá-los com a cor de um novo olhar
Saciá-los com um só sopro
Neste palco onde me deito
Esta fome de te amar
Esta sede de ti...
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Em Busca de Paraísos Perdidos
Sou uma foragida na grandeza deste silêncio que me fez
E rendo-me ao infinito mundo das estrelas
Ouvem-se novos ecos nos gélidos penedos
Uma aurora fértil abre-se à chegada de um novo azul do céu
Sinto frio, muito frio...
Os meus olhos abrem-se às boas novas
Que circundam estas marés
E nesta lavra semeiam-se os gérmens
Que rebentam dos novos céus
As correntes que vazaram dos rios
Encontram-se a jusante dos caminhos que se abrem a outros sóis
E o luar amacia as noites das encostas
A lua renasce os paraísos perdidos das areias do deserto
Partem em busca de outros sonhos de mil cores
Tornados à Nascente
Propaga-se no além
Retorna com a intensidade dos mares
E nesta agitação não se sente a força das ondas
A solidão abre um novo caminho no vazio
E a passagem dá guarida a novos ventos ancestrais
De lá ouvem-se vozes esquecidas dos tempos
Surgem com as novas tempestades
Voltaram a erguer-se nos tumultos colossais
Sobrevoam já os cumes mais altos das serras
Às escuras não se encontram novas eras
Arrastam com elas a terra de mil sóis
Subtilezas da Alma
Subtilezas da alma
Emergindo do oceano
Onda a teus pés
Um mar de emoções
Inalo-te…bálsamo
Terminal de odores
Culminar de um desejo
Num só sopro
E expando este amor, indolor
De mim para mim
Elevo-me a ti
Afundo-me na breve
Excitação de um abraço
Profundo maremoto de sensações
Que se encostam ao silêncio
Do meu corpo
Este eco…antigo paradigma
Ímpeto num duplo pulsar
Estímulos aguçam-me
A plenitude do sentir
Esta afeição
De mim para mim
Silencio de Nós
Que escorrem no meu corpo
E o céu pincelado das cores
Que o sol deixou
Volta-se para nós
E os teus olhos clamam por nada
Um nada que é tudo
Onde existe o mar
Deitado na areia quente
De uma praia deserta
Onde sou eu e és tu
Em completo silêncio de nós
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
A Vista de Um Novo Mundo
Ser o que sou em versos cantados
Ecos da fome ou só um nome
Em momentos sagrados
Presa nas trincheiras da saudade
Abraço a minha verdadeira história
Conto-te dos segredos confessos
Memórias isoladas
Cansaços e pequenos nadas
Se as cores do céu consagrarem as lágrimas
Que escorrem dos meus olhos
Sou ao lado de um nome
Paisagem abstracta
Com vistas para as novas descobertas do mundo
Por mim em tudo
Ser alma enquanto sente
Um nada onde tudo existe
Tb Publicado:
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=58888
Mar de Emoções
Parava num ponto
Onde encontrasse um rio
Que corre para o mar
Os rios que correm nos meus olhos
São correntes mornas
Saciam as margens secas
Esta sede de ti em mim
Um corpo molhado
Abre-se a aromas de jasmim
São as flores que se perdem
Nos rios da saudade
Mas este amor já percorreu
Rios sem fim
Lá nas funduras dos mares
Jazem outros amores por mim
Clausura
Nestas paredes frias, encosto-me aos murmúrios do tempo. Os meus olhos fecham-se na penumbra da noite, não os vejo debruçar-se sobre a minha janela. Deste espaço, soltam-se os vultos que tomam conta de mim.
Agora que me escondo neste recanto escuro, alguém me quer nua, mas a minha nudez é una, e o meu corpo dança neste silêncio mórbido. A morte chega de mansinho enquanto durmo..É aí que me desligo deste complexo, desta rua deserta, deste frio que se esconde pelas quatro paredes frias do meu quarto.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Grito Da noite
O brilho de uma lágrima triste enclausurada,
Sustenta os pilares que erguem as pontes instaladas no nada,
Despe-se no cio das húmidas madrugadas
Uma brisa ligeira despe-se na fertilidade do tempo
Chora! O coração numa prece anunciada,
Vagueia sem eira nem beira
Procurando o norte à passagem da aurora
Antevêem-se pirilampos dançantes,
luzindo, reflectindo o som de um silêncio mórbido,
Vazante de quimeras, alquimias e arlequins
Ecos agudos, adulteram as hastes engalanadas
Rezinga disfarçada nos atalhos e encruzilhadas
A dor ecoa adormecida num corrupio de malhas confinadas
Nos alpendres desventrados
E a noite dá um grito!
Acende-se na luz que adormece as covas fundas
dos portais da alvorada
Sinais Escritos na Palma da Mão
Aqui na imensidão deste vale
Onde me sento e espero…
Aqui e aí…
Desfraldam-se bandeiras num único sinal
As flores silvestres afagam-me o peito solto
Não as vejo, nem as consigo cheirar
Os pólens diversos pintam-me o magro rosto
Um grito às armas, mudo e colossal
Recolhe-se nas minhas mãos
Prolifera a fome…escarpou os mais altos cumes
O vermelho pó, cresce até à exaustão
E eu desconheço este longo silêncio
Cresce em espiral
Dali posso lançar-me num voo celestial
Não sinto dor,
Arregaço as mangas,
Esvazio os bolsos
Trago no olhar a fome
E nas mãos crescem-me nacos de pão
Marés de Sonho
E encontro-te nos olhares de mel
Danço nas ondas do teu mar
Entrego-te este sonho antes do nascer do sol
Sinto na força dos ventos
Os gritos perdidos das gaivotas
E eu deitada na areia molhada
Canto melodias aos temporais
Procuro o teu nome no azul do céu
Novas colorações apartam estes mares
E os meus olhos selam o negrume da fome
Carecem desta avidez de molhar os olhos teus
As marés adormecem junto ao cais
Acendem-se os faróis no alto mar
E eu fecho as portas ao sol
Amplio um abraço ao cair da noite
Afundo-me no vazio nocturno
Visto-me da cor dos céus
E tu avistas-me ao longe a galgar as dunas
Nem sabes quem eu sou
Viste-me em ondas de outros mares
Trago-te o suco avermelhado das rosas
Entorna-se nos teus lábios roxos
E sôfregos os lábios teus
Que conhecem as marés de outrora
Afundam-se nos lábios meus
Travessias do Tempo
Confio na demarcação deste sonho
Sou só um nome sem ruído de fundo
Entrego-me ao nu desejo indolor
Sitiado no calor da paixão
Cedo aos ais de um sopro quente
Verso as formas em folhas soltas
Traço os contornos num doce canto
Fixo-me na calmaria das palavras que se cruzam
Terno encanto solta lágrimas correntes
Enchentes de marés, vazantes de quimeras
Nos alaúdes entristecidos
Nas travessias do tempo
Mostro-me a multidões a descoberto
E só eu neste mundo que é mundo
A Arte do Encontro
Se já nem sei
Como desejar-te
Não me lembro de mim
Não sei de ti
Só quero adormecer no teu sorriso
Diz-me por onde anda este amor
Procuro-o e não o encontro
Os caminhos que percorro
Deixam-me tão cansada
Não sei como chegar a ti
Hoje vou dormir um sono leve
De olhos semi-abertos
Esperarei por ele
Como quem espera por destino incerto
Fala-me dos pingos de chuva
Que me acordam nas madrugadas
Da musica que ouço
Dos bailados entre portas
Sossegados...Extasiados
Fala-me do frio que se intromete
No meu leito quente
Enquanto tu amoleces os gestos
E calas as palavras…
Sede de Mim
Incomoda-me,
Quando tento ir mais longe
Do que a minha
Própria lonjura
Luz que se mostra disforme
A uniformidade está lá...
Vejo-a e não a toco
Sinto-a em mim
Distante...Presença afim ...
O inicio de tudo o que É
Sem o ser
O fim de tudo o que foi
No dever cumprido
Sentir a luminosidade
Que está para além
De mim e de ti
Em nós...por nós
A luz…
Desespero...
Não me vejo...não me sinto...
Tão longe que estás
Que nem sei já o que é ter sede
De mim...
Destes versos análogos
En(fim)
Quando só os sentidos
Brotam afins de mim
Por fim…
Perpétuo Adeus
No Vale
Solta-te com o vento
E deixa um grito no alto
Absorve os aromas doces
Que descem sobre a encosta
E colhe um nevoeiro casto
Despe-te de ausências
E nutre-me da suavidade clara
Dos teus olhos soltos
Solta-te nas horas tristes
E absorve as luas cheias
Que se afincam em noites longas
Envolve-me nessa nuvem leve
Que sobrevoa o vale
E ouve-me no teu silêncio!